Arquivos de Categorias: Sem categoria - Page 28

Pane na BM&F

Ter, 13 Jan – 16h19

Cotações na BM&F normalizadas

SÃO PAULO, 13 de janeiro (Reuters) – As cotações da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) exibidas nas telas da Reuters foram normalizadas, após interrupção na transmissão causada por um problema na bolsa.

A assessoria da BM&F informou que as operações no sistema eletrônico foram transferidas para o pregão viva-voz.

BM&F Parada III

Ter, 13 Jan – 15h51

Cotações da BM&F sem atualização

SÃO PAULO, 13 de janeiro (Reuters) – As cotações da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) não estão atualizadas no terminal Reuters devido a um problema na bolsa.

A assessoria da BM&F informou que as operações no sistema eletrônico foram interrompidas e que todas as negociações foram transferidas para o pregão viva-voz.

Novo aviso será emitido quando o problema for solucionado.

BM&F Parada II

Pregão eletrônico da BM&F é paralisado por pane no sistema

Terça, 13 de Janeiro de 2004, 15h48

Fonte: INVERTIA

Uma pane foi responsável pela interrupção dos negócios no pregão eletrônico da Bolsa de Mercadorias e Futuros, a BM&F. O sistema eletrônico de negociações teve problema em seu sistema, o que impossibilita as negociações. Não há previsão para o retorno das atividades nessa modalidade, que foi interrompida por volta das 15h. As operações acabaram transferidas para o pregão viva-voz.

BM&F parada

13/01/2004 – 15h30

Pane paralisa negócios no pregão eletrônico da BM&F

SÉRGIO RIPARDO da Folha Online

Uma pane paralisou os negócios no pregão eletrônico da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) por volta das 15h, sem previsão de retorno.

O GTS (Global Trading System), como é chamado o sistema eletrônico de negociações da BM&F, está fora do ar por “problemas de sistemas”, segundo a assessoria de imprensa da Bolsa.

Todas as operações do pregão eletrônico foram transferidas para o pregão viva-voz.

bbbb

O bbbb já começou zoando:

Rogério

25 anos

São Paulo – SP

Jardineiro de Cemitério

Blog vira livro

Já começou: o blog “Where is Raed ?” virou livro.

Mas o blog é legal mesmo. É de um iraquiano e sua namorada ou algo do gênero e eles falam sobre o que está acontecendo lá. É mais informativo que os jornais.

Galeria de Fotos

A galeria HoloPixels tá no ar! Por enquanto só tem uma coleção de fotos: Flowers and Bugs.

Roubo do Iraque

Só faltava essa:

Iraque agora tem de racionar gasolina

Bagdá – O Ministério do Petróleo iraquiano anunciou um esquema de racionamento para tentar aliviar uma forte escassez de gasolina no Iraque, que detém a segunda maior reserva de petróleo do mundo, depois da Arábia Saudita. O anúncio foi feito na quinta-feira, no mesmo dia em que soldados dos EUA prenderam em Bagdá 20 pessoas e confiscaram 28 caminhões de gasolina e nove de gás propano, que supostamente alimentariam o mercado negro.

Nas últimas semanas, motoristas iraquianos têm enfrentado uma escassez de combustível que faz lembrar a situação imediatamente depois da guerra, que começou em março. Em Bagdá, filas de carros esperando para abastecer chegam a mais de dois quilômetros. Às vezes leva-se 10 horas para se chegar à bomba de gasolina.

Soldados da 1ª Divisão Blindada do Exército dos EUA deteve 20 membros do “mercado negro” na ação de quinta-feira à noite, que fez parte da Operação Justiça de Ferro, segundo os militares. Comandantes americanos temem que rebeldes estejam lucrando com a venda ilegal de gasolina para financiar a resistência à ocupação.

O Ministério do Petróleo, por sua parte, determinou um rodízio de carros com placas pares e ímpares para abastecerem em dias distintos. Cada carro só pode receber 30 litros de gasolina por vez.

O Iraque era um dos países com a gasolina mais barata e abundante! Com alguns poucos dólares se enxia um tanque. O roubo dos Estados Unidos está ficando cada vez mais evidente. Isso só confirma a minha teoria: Este foi o maior roubo da história da humanidade: a segunda maior reserva de petróleo do mundo.

QI Digital

QI Digital… o meu deu 115.

Última Aula

O professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Weber Figueiredo, deu uma última aula para seus ex-alunos. Diante de uma platéia de formandos, acompanhados de seus pais, o professor paraninfo da turma discursou sobre o Brasil.

A aula dada no dia 13 de agosto, no auditório da Uerj, está sendo repassada pela Internet para engenheiros e estudantes por causa de sua qualidade.

Leia o que disse Weber Figueiredo:

“Ilustríssimos Colegas da Mesa, Senhor Presidente, meus queridos Alunos, Senhoras e Senhores. Para mim é um privilégio ter sido escolhido paraninfo desta turma. Esta é como se fôra a última aula do curso. O último encontro, que já deixa saudades. Um momento festivo, mas também de reflexão. Se eu fosse escolhido paraninfo de uma turma de direito, talvez eu falasse da importância do advogado que defende a justiça e não apenas o réu.

Se eu fosse escolhido paraninfo de uma turma de medicina, talvez eu falasse da importância do médico que coloca o amor ao próximo acima dos seus lucros profissionais. Mas, como sou paraninfo de uma turma de engenheiros, vou falar da importância do engenheiro para o desenvolvimento do Brasil.

Para começar, vamos falar de bananas e do doce de banana, que eu vou chamar de bananada especial, inventada (ou projetada) pela nossa vovozinha lá em casa, depois que várias receitas prontas não deram certo. É isso mesmo. Para entendermos a importância do engenheiro vamos falar de bananas, bananadas e vovó.

A banana é um recurso natural, que não sofreu nenhuma transformação. A bananada é = a banana + outros ingredientes + a energia térmica fornecida pelo fogão + o trabalho da vovó e + o conhecimento, ou tecnologia da vovó. A bananada é um produto pronto, que eu vou chamar de riqueza. E a vovó? Bem a vovó é a dona do conhecimento, uma espécie de engenheira da culinária.

Agora, vamos supor que a banana e a bananada sejam vendidas. Um quilo de banana custa um real. Já um quilo da bananada custa cinco reais. Por que essa diferença de preços? Porque quando nós colhemos um cacho de bananas na bananeira, criamos apenas um emprego: o de colhedor de bananas.

Agora, quando a vovó, ou a indústria, faz a bananada, ela cria empregos na indústria do açúcar, da cana-de-açucar, do gás de cozinha, na indústria de fogões, de panelas, de colheres e até na de embalagens, porque tudo isto é necessário para se fabricar a bananada. Resumindo, 1kg de bananada é mais caro do que 1kg de banana porque a bananada é igual banana mais tecnologia agregada, e a sua fabricação criou mais empregos do que simplesmente colher o cacho de bananas da bananeira.

Agora vamos falar de outro exemplo que acontece no dia-a-dia no comércio mundial de mercadorias. Em média: 1kg de soja custa US$ 0,10 (dez centavos de dólar), 1kg de automóvel custa US$ 10, isto é, 100 vezes mais, 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$ 1.000 (10 mil quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000. Vejam, quanto mais tecnologia agregada tem um produto, maior é o seu preço, mais empregos foram gerados na sua fabricação.

Os países ricos sabem disso muito bem. Eles investem na pesquisa científica e tecnológica. Por exemplo: eles nos vendem uma placa de computador que pesa 100g por US$ 250. Para pagarmos esta plaquinha eletrônica, o Brasil precisa exportar 20 toneladas de minério de ferro. A fabricação de placas de computador criou milhares de bons empregos lá no estrangeiro, enquanto que a extração do minério de ferro, cria pouquíssimos e péssimos empregos aqui no Brasil.

O Japão é pobre em recursos naturais, mas é um país rico. O Brasil é rico em energia e recursos naturais, mas é um país pobre. Os países ricos, são ricos materialmente porque eles produzem riquezas. Riqueza vem de rico. Pobreza vem de pobre. País pobre é aquele que não consegue produzir riquezas para o seu povo. Se conseguisse, não seria pobre, seria país rico.

Gostaria de deixar bem claro três coisas: 1º) quando me refiro à palavra riqueza, não estou me referindo a jóias nem a supérfluos. Estou me referindo àqueles bens necessários para que o ser humano viva com um mínimo de dignidade e conforto; 2º) não estou defendendo o consumismo materialista como uma forma de vida, muito pelo contrário; e 3º) acho abominável aqueles que colocam os valores das riquezas materiais acima dos valores da riqueza interior do ser humano. Existem nações que são ricas, mas que agem de forma extremamente pobre e desumana em relação a outros povos.

Creio que agora posso falar do ponto principal. Para que o nosso Brasil torne-se um País rico, com o seu povo vivendo com dignidade, temos que produzir mais riquezas. Para tal, precisamos de conhecimento, ou tecnologia, já que temos abundância de recursos naturais e energia. E quem desenvolve tecnologias são os cientistas e os engenheiros, como estes jovens que estão se formando hoje. Infelizmente, o Brasil é muito dependente da tecnologia externa.

Quando fabricamos bens com alta tecnologia, fazemos apenas a parte final da produção. Por exemplo: o Brasil produz 5 milhões de televisores por ano e nenhum brasileiro projeta televisor. O miolo da TV, do telefone celular e de todos os aparelhos eletrônicos, é todo importado. Somos meros montadores de kits eletrônicos. Casos semelhantes também acontecem na indústria mecânica, de remédios e, incrível, até na de alimentos.

O Brasil entra com a mão-de-obra barata e os recursos naturais. Os projetos, a tecnologia, o chamado pulo do gato, ficam no estrangeiro, com os verdadeiros donos do negócio. Resta ao Brasil lidar com as chamadas caixas pretas. É importante compreendermos que os donos dos projetos tecnológicos são os donos das decisões econômicas, são os donos do dinheiro, são os donos das riquezas do mundo.

Assim como as águas dos rios correm para o mar, as riquezas do mundo correm em direção aos países detentores das tecnologias avançadas. A dependência científica e tecnológica acarretou para nós brasileiros a dependência econômica, política e cultural. Não podemos admitir a continuação da situação esdrúxula, onde 70% do PIB brasileiro é controlado por não residentes. Ninguém pode progredir entregando o seu talão de cheques e a chave de sua casa para o vizinho fazer o que bem entender.

Eu tenho a convicção que desenvolvimento científico e tecnológico aqui no Brasil garantirá aos brasileiros a soberania das decisões econômicas, políticas e culturais. Garantirá trocas mais justas no comércio exterior. Garantirá a criação de mais e melhores empregos. E, se toda a produção de riquezas for bem distribuída, teremos a erradicação dos graves problemas sociais.

O curso de engenharia da UERJ, com todas as suas possíveis deficiências, visa a formar engenheiros capazes de desenvolver tecnologias. É o chamado engenheiro de concepção, ou engenheiro de projetos. Infelizmente, o mercado desnacionalizado nem sempre aproveita todo este potencial científico dos nossos engenheiros. Nós, professores, não podemos nos curvar às deformações do mercado.

Temos que continuar formando engenheiros com conhecimentos iguais aos melhores do mundo. Eu posso garantir a todos os presentes, principalmente aos pais, que qualquer um destes formandos é tão ou mais inteligente do que qualquer engenheiro americano, japonês ou alemão. Os meus trinta anos de magistério, lecionando desde o antigo ginásio até a universidade, me dá autoridade para afirmar que o brasileiro não é inferior a ninguém, pelo contrário, dizem até que somos muito mais criativos do que os habitantes do chamado primeiro mundo.

O que me revolta, como professor e cidadão, é ver que as decisões políticas tomadas por pessoas despreparadas ou corruptas são responsáveis pela queima e destruição de inteligências brasileiras que poderiam, com o conhecimento apropriado, transformar o nosso Brasil num país florescente, próspero e socialmente justo.

Acredito que o mundo ideal seja aquele totalmente globalizado, mas uma globalização que inclua a democratização das decisões e a distribuição justa do trabalho e das riquezas. Infelizmente, isto ainda está longe de acontecer, até por limitações físicas da própria natureza. Assim, quem pensa que a solução para os nossos problemas virá lá de fora, está muito enganado. O dia que um presidente da República, ao invés de ficar passeando como um dândi pelos palácios do primeiro mundo, resolver liderar um autêntico projeto de desenvolvimento nacional, certamente o Brasil vai precisar, em todas as áreas, de pessoas bem preparadas. Só assim seremos capazes de caminhar com autonomia e tomar decisões que beneficiem verdadeiramente a sociedade brasileira. Será a construção de um Brasil realmente moderno, mais justo, inserido de forma soberana na economia mundial e não como um reles fornecedor de recursos naturais e mão-de-obra aviltada.

Quando isto ocorrer, e eu espero que seja em breve, o nosso País poderá aproveitar de forma muito mais eficaz a inteligência e o preparo intelectual dos brasileiros e, em particular, de todos vocês, meus queridos alunos, porque vocês já foram testados e aprovados. Finalmente, gostaria de parabenizar a todos os pais pela contribuição positiva que deram à nossa sociedade possibilitando a formação dos seus filhos no curso de engenharia da UERJ. A alegria dos senhores, também é a nossa alegria.

Muito Obrigado.”

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 29 de agosto de 2002.

holo

holo

Matrix e Filosofia Indiana

Reloading the Matrix of Indian philosophy é uma matéria do jornal “The Times of India” que compara o filme Matrix com a filosofia indiana. Muito bom.

Ahimsa

Ahimsa, para a filosofia indiana, se refere ao propósito pessoal de não ferir nenhum ser vivo, tanto verbal quanto fisicamente. Presente em todas as tradições sapienciais, quando se refere a não fazer mal a seu semelhante, ahimsa tem seu expoente máximo na Regra de Ouro da ética:

Cristianismo: “… amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Islamismo: “Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo”.

Judaísmo: “Aquilo que não queres que te faça, não faças ao outro”.

Zoroastrismo: “A Natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos”.

Confucionismo: “Não faças aos outros aquilo que não queres que eles te façam”.

Taoísmo: “Considera o lucro do teu vizinho como teu próprio e o seu prejuízo como se também fosse teu”.

Hinduísmo: “Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor”.

Budismo: “…dando o que deles espera receber…”.

Sikhismo: “Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu”.

Jainismo: “Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos”.

Fonte: Infobase

Krishna & Vishnu

Quero achar em algum lugar a conversa entre Krishna & Vishnu…

Alerta contra a Insegurança do Sistema Eleitoral Informatizado

Achei interessante e estou transcrevendo:

Alerta contra a Insegurança do Sistema Eleitoral Informatizado

Face às tramitações aceleradas de projeto de lei que pretende suprimir as salvaguardas de confiabilidade providas pelo mecanismo da impressão do voto na urna eletrônica brasileira, me juntei a vários colegas, professores e especialistas em informática na comunidade acadêmica, para divulgar esta alerta ao público. Os outros signatários são Walter Del Picchia, Professor Titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, Jorge Stolfi, Professor Titular do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Routo Terada, Professor Titular do Depto. de Ciências da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo – USP, Edison Bittencourt, Professor Titular da Faculdade de Engenharia Química da Universidade de Campinas – UNICAMP, Pedro Dourado Rezende, Professor do Depto. de Ciência da Computação da Universidade de Brasília – UNB, Representante da Sociedade Civil no Comitê Gestor da Infra-estrutura de Chaves Públicas ICP-Brasil, e Paulo Mora de Freitas, Chefe do serviço de Informática do Laboratório Leprince-Ringuet da Ecole polytechnique, Palaiseau, França.

“Somos favoráveis ao uso da Informática no Sistema Eleitoral, mas não à custa da transparência do processo e sem possibilidade de conferência dos resultados.

Cidadão brasileiro

Nosso regime democrático está seriamente ameaçado por um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto do Voto Virtual, PL 1503/03. Este projeto, sob a máscara da modernidade, acaba com as alternativas de auditoria eficiente do nosso Sistema Eleitoral Informatizado, pois: (1) elimina o registro impresso do voto conferido pelo eleitor, substituindo-o por um “voto virtual cego”, que o eleitor não tem como verificar o conteúdo; (2) revoga a obrigatoriedade da Justiça Eleitoral efetuar uma auditoria aberta no seu sistema informatizado antes da publicação dos resultados finais; (3) permite que o Sistema Eleitoral Informatizado contenha programas de computador fechados, ou seja, secretos.

O Projeto de Lei do Voto Virtual nasceu por sugestão de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao Senador Eduardo Azeredo, e sua tramitação tem sido célere, empurrado pela interferência direta desses ministros sobre os legisladores, como declarado por estes durante a votação no Senado.

As Comissões de Constituição e Justiça das duas casas legislativas analisaram a juridicidade do projeto mas, apesar dos constantes alertas de membros da comunidade acadêmica para seus riscos sem rigorosos procedimentos de auditoria e controle, nenhuma audiência pública com especialistas em Informática e Segurança de Dados foi aceita.

Essa lei, se aprovada, trará como resultado a instituição de um sistema eleitoral no qual não se poderá exercer uma auditoria externa eficaz, pondo em cheque até os fundamentos do projeto democrático brasileiro. Aceitando essa interferência e implantando um sistema eleitoral obscuro, corremos o risco de virmos a ser governados por uma dinastia, com os controladores do sistema eleitoral podendo eleger seus sucessores, mesmo sem ter os votos necessários.

A nação, anestesiada pela propaganda oficial, lamentavelmente desconhece o perigo que corre. Os meios de comunicação, com honrosas exceções, omitem-se inexplicavelmente, como se o assunto não fosse merecedor de nossa preocupação.

A finalidade deste alerta é a denúncia da falta de confiabilidade de um sistema eleitoral informatizado que: utiliza programas de computador fechados, baseia-se em urnas eletrônicas sem materialização do voto, não propicia meios eficazes de fiscalização e auditoria pelos partidos políticos, e identifica o eleitor por meio da digitação do número de seu título eleitoral na mesma máquina em que vota. Assim, o princípio da inviolabilidade do voto, essencial numa democracia, será respeitado apenas na medida em que os controladores do sistema eleitoral o permitirem, transformando-se o voto secreto em mera concessão.

Uma verdadeira caixa-preta a desafiar nossa fé, este sistema é inauditável, inconfiável e suscetível de fraudes informatizadas de difícil detecção. Como está, ele seria rejeitado na mais simples bateria de testes de confiabilidade de sistemas pois, em Informática, “Sistema sem fiscalização é sistema inseguro”. Muitas das fraudes que ocorriam quando o voto era manual, foram eliminadas, mas o cidadão brasileiro não foi alertado de que, com a informatização, introduziu-se a possibilidade de fraudes eletrônicas mais sofisticadas, mais amplas e mais difíceis de serem descobertas.

Enquanto os países adiantados caminham no sentido de exigir que sistemas eleitorais informatizados possuam o registro material do voto, procedam auditoria automática do sistema e só utilizem programas de computador abertos, com esse Projeto de Lei do Voto Virtual, o Brasil vai na contramão da história.

De que adianta rapidez na publicação dos resultados, se não respeitarmos o direito do cidadão de verificar que seu voto foi corretamente computado?

Segurança de dados é assunto técnico especializado e assusta-nos a falta de seriedade com que nossa votação eletrônica tem sido tratada, nos três Poderes, por leigos na matéria. Os rituais promovidos pelo TSE, como a apresentação dos programas, a carga das urnas e os testes de simulação são apenas espetáculos formais, de pouca significância em relação à eficiência da fiscalização.

Surpreende-nos, sem desmerecer suas competências na área jurídica, que autoridades respeitáveis da Justiça Eleitoral possam anunciar, com toda a convicção, que o sistema eleitoral informatizado é “100% seguro” e “orgulho da engenharia nacional”, externando inverdades em áreas que não dominam, alheias ao seu campo de conhecimento específico.

Para o eleitor, a urna é 100% insegura, pois pode ser programada para “eleger” desde vereadores até o próprio presidente. O único e mais simples antídoto para esta insegurança é a participação individual do eleitor na fiscalização do registro do seu próprio voto, pois ele é o único capaz de fazer isto adequadamente.

O TSE sempre evitou debater tecnicamente a segurança da urna, ignorando todas as objeções técnicas em contrário. Nenhum estudo isento e independente foi feito até hoje sobre a alegada confiabilidade da urna sem o voto impresso. O estudo de um grupo da Unicamp (pago pelo TSE), parcial e pleno de ressalvas, recomendou vários procedimentos como condição para garantir o nível de segurança necessário ao sistema. Essas ressalvas, infelizmente, foram omitidas na propaganda sobre as maravilhas da urna.

A confiabilidade de sistemas informatizados reside nas pessoas e nas práticas seguras. Palavras mágicas como assinatura digital, criptografia assimétrica, embaralhamento pseudo-aleatório e outras panacéias de nada valem se não forem acompanhadas de rigorosos procedimentos de verificação, fiscalização e auditoria externas. Se esta urna algum dia cair sob o controle de pessoas desonestas, elas poderão eleger quem desejarem. De modo algum podemos confiar apenas nas pesquisas eleitorais como modo de validar os resultados das urnas eletrônicas, especialmente se as diferenças entre os candidatos forem pequenas.

Nenhum sistema informatizado é imune à fraude, especialmente a ataques internos, como sucedeu em julho de 2000 com o Painel Eletrônico do Senado, fato que levou à renúncia de dois senadores. A única proteção possível é um projeto cuidadoso que atenda aos requisitos de segurança, e à possibilidade de auditorias dos programas, dos procedimentos e dos resultados.

Basta de obscurantismo no sistema eleitoral. Enfatizamos a necessidade de serem realizados debates técnicos públicos e independentes sobre a segurança do sistema e de seus defeitos serem corrigidos, antes da aprovação de leis que comprometam a transparência do processo.

A democracia brasileira exige respeito ao Princípio da Transparência e ao Princípio da Tripartição de Poderes no processo eleitoral.

Instamos todos os eleitores preocupados com a confiabilidade de nosso sistema eleitoral a transmitirem suas preocupações, por todos os meios possíveis, a seus representantes no Congresso e aos meios de comunicação.

Brasil, setembro de 2003″

Pela transcrição.

Michael Stanton ([email protected]), que é professor do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense e também Diretor de Inovação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).