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Meta: aprender música

Quando eu era criança estudei no Conservatório Estadual de Música de São João del-Rei. Aprendi a tocar flauta doce, mas o que eu queria mesmo era aprender a tocar violão… era época de vacas magras e parei o estudo antes de ir pro segundo ano, quando começaria com o as cordas.

No Natal seguinte pude escolher: vídeo game Master System ou orgão Yamaha PSS-150. Escolhi o segundo e após dois anos estudando por conta me tornei um exímio conhecedor dos 99 instrumentos sintetizados por ele, sem saber tocar nenhuma música.

Tive amigos que tocavam violão e guitarra, tanto em SJdR quanto em São Carlos. Aprendi algumas músicas, mas nada perto da geniosidade de Paco De Lucia, John Mclaughlin ou Al Di Meola.

Decidi que quero aprender a tocar algum instrumento musical. Já não sou mais uma adolescente com tempo de sobra, então escolhi a gaita. Compro uma boa harmônica Hering e começo a estudar.

Quem sabe não uso a gaita pra acompanhar a música, presente diariamente no carro pra enfretar o trânsito caótico de São Paulo?

Profissão: Bombeiro

Lembro-me de que antes de prestar vestibular para cursar uma faculdade, minha mãe comprou um daqueles guias do estudante, com lista de diversas profissões, melhores universidades, campo de trabalho, áreas em crescimento, etc. Eu já sabia que faria ciência da computação, então o guia foi mais para escolher a universidade.

Na época fiquei transtornado por não ter no guia uma das profissões que mais admiro: bombeiro. Assisti de camarote o incêndio que em 1995 consumiu inteiramente a casa onde nasceu o ex-presidente Tancredo Neves, em São João del-Rei, numa época em que lá não existia bombeiro militar.

Treinamento de Brigadista de Incêndio

Treinamento de Brigadista de Incêndio

Quando vim morar em São Paulo conheci uma outra faceta dos bombeiros, que me deixou ainda mais impressionado: salvar vidas quando ela está em risco. Eles salvam pessoas atropeladas, retiram feridos dentro de veículos retorcidos, procuram sobreviventes no meio de escombros, revivem afogados em rios, represas, lagos e até no mar. Eles se colocam em risco para chegar com uma ambulância, uma viatura, barco, bote, helicoptero ou até mesmo uma moto na pessoa necessitando de ajuda imediata. São nossos anjos aqui na Terra.

Agora… eu simplesmente não consigo imaginar o que tem na cabeça do governador do Rio de Janeiro ou do alto comando militar pra colocar o Bope (sim, aquele do Tropa de Elite) prender centenas de bombeiros dentro de um quartel!

Pra contrapor essa notícia, o comparsa confesso do assassino da USP foi solto após prestar depoimento… Eu realmente não entendo a justiça brasileira…

O paradigma da justiça

1999, 3º ano do 2º Grau, 17 anos

Desde quando os homens começaram a viver em sociedade, eles tinham leis e uma justiça capaz de julgar os transgressores, apesar dessas leis serem baseadas única e exclusivamente no senso comum. Naquela época, já não existia justiça sem poder, para executá-la. O que vem se observando nos dias atuais, é que também não existe justiça com poder. Parece antagônico, mas vamos por partes.

As leis são necessárias para se manter a ordem e a justiça em qualquer lugar no planeta. É necessário jugar e punir com justiça os infratores das leis, mantendo a ordem. Para impor uma lei a determinada sociedade, é necessário ter poder, poder político, militar, econômico, religioso, entre muitos outros poderes. Essa é a parte mais fácil, difícil é se fazer cumprir essas leis. Existem duas maneiras de conseguir isso, com justiça ou sem justiça. Sem justiça é mais fácil e menos justo, menos humano, menos democrático, basta ter poder para fazer justiça com as próprias mãos. Com justiçã é mais complicado, é necessário julgar o transgressor, observar provas, álibis, depoimentos, para depois decidir o destino do acusado. O poder jurídico se encarregará de determinar ao culpado o que fazer, quando, onde e por quanto tempo. Quanto mais forte for o poder jurídico, menos transgridirão as leis, mantendo a ordem.

Vamos agora à segunda afirmativa, a de que não existe justiça com poder. No mundo praticamente todo capitalista em que vivemos, dinheiro é, mais do que nunca, sinônimo de poder, existemvários poderosos pelo mundo. Com esses detentores de poder, a justiça é verdadeiramente cega, eles podem fazer o que bem entenderem, de maneira justa ou injusta, que as leis não serão cumpridas, a justiça deixará de ser feita, sairão impunes.

Tudo isso parece ser antagônico, mas não é, é mais um paradigma que antagonia, é o paradigma da justiça. Para criar as leis e se fazer justiça, é necessário um poder forte, que consiga fazer as pessoas respeitarem e cumprirem as leis, usando seu poder e sua força, ou seja, não existe justiça sem poder, no entanto, com quem tem poder, a justiça não é cumprida, assim, não existe justiça com poder.

Menor: o maior problema

1999, 3º ano do 2º grau, 17 anos

A educação no Brasil é totalmente falha, o jovem abandona a escola, por falta de condições ou incentivos e vai para a rua, se marginalizando. É necessário acabar com esse problema, várias causas e soluções foram apontadas, basta executá-las.

Os menores, principalmente os de classe abastarda, param de estudar e vão para as ruas, onde viram marginais, usando e vendendo drogas, interceptando e roubando e comentendo crimes para os maiores de 18 anos, já que os menores não são presos. Como eles não são legalmente responsáveis, depois de cometer um crime vão para organizações de reabilitação, na teoria. Na prática, o menor é encarcerado, sofre maus tratos, é tratado como um animal, não aprende nada de útil e sai pior que entrou. A compravação disso é que com a fuga em massa da Febem, uma instituição decadente, superlotada e mal administrada, a onda de violência em São Paulo subiu assustadoramente, com quase mil menores infratores a mais nas ruas.

Abaixar a responsabilidade penal para 14 ou 16 anos seria o caos. Os menores infratores seriam presos, iriam para prisões normais, com presos normais e acabariam ou morrendo ou aprendendo mais, superlotando ainda mais as cadeias. Além disso, o adolescente ainda não está física ou psicologicamente apto a ser responsável por si mesmo. A visão mais otimista que poderíamos traçar seriam os traficantes e bandidos usando menores de 10 a 13 anos como bode espiatório e não mais os de 15 a 17 anos…

Para o governo acabar com o problema dos menores, ele tem duas alternativas. A primeira, mais dispendiosa e menos eficiente a longo prazo, é reformar as institiuições de reabilitação, como a Febem. Mesmo com essa medida, novos marginais surgirão. A segunda alternativa é mais eficiente a longo prazo. Basta o Estado reformular o ensino público, dar chances do menor carente ser algo na vida, ter uma profissão decente, para não precisar viver de delitos e detenções.

O problema do menor no Brasil é responsabilidade principalmente do Estado, é um problema mais político que social. Agora o governo sofre as consequëncias do marginal que ele criou. O único meio de acabar com a erva daninha é pela raiz, é o que o Estado deveria fazer.

Aqueda de um império

1999, 3º ano do 2º Grau, 17 anos

O antigo confronta o novo. De um lado, a modernidade do telefone celular, de outro, o charme do papel e tinta. Serão o papel e a tinta substituídos pela tecnologia do celular?

O papel vem sendo usado há mais de 1.000 anos pela humanidade, faz parte de nossa história, é nossa história. O papel perpetua um fato qualquer, é um documento aceito em qualquer parte do mundo. Se não fossem o papel e a tinta, a memória oral não passaria para nós esta imensidão de conhecimentos que recebemos através dele. O papel e a caneta têm seu charme, são baratos, acessíveis a qualquer pessoa, mesmo as mais abastadas. Outro grande ponto do papel e tinta é que estes mantêm seu anonimato, enquanto o celular informa timbre de voz, além do número de quem está do outro lado da linha.

O celular é o que há de mais moderno em termos de comunicação à distância. É extremamente prático, possibilita falar com qualquer pessoa em qualquer lugar a qualquer hora. É rápido, basta algumas tecladas e já está falando. É eficiente, em alguns segundos já está recebendo a resposta. É muito mais avançado que o papel, já que possibilita conversa em tempo real. É possível chamar um médico que está voltando do hospital para casa, de maneira que ele chegue a tempo de salvar o paciente, por exemplo. Além disso, o celular é quebrável e só funciona em determinadas áreas, o papel desmancha com a umidade e envelhece com o tempo. A traça come o papel e o celular é caro.

O papel está com os dias contados. A praticidade do celular é diretamente proporcional à idade do papel. A cada dia que se passa, mais recursos são incorparados ao celular, como jogos, agenda, calendário, secretária eletrônica, é-mail. O papel já desempenhou de maneira notável sua missão. O papel continuará existindo, é lógico, mas não para a comunicação, o celular se tornará, está se tornando, forma de comunicação mais utilizada no mundo. É o fim do império do papel.

Comentário da professora:

Você se esqueceu do item “c” da proposta.

FHC: Imagem do Real

28 de Outubro de 1999, 3º ano do 2º Grau, 18 anos

Popularidade e FHC, duas palavras antagônicas. Como economista, FHC criou o Plano Real, moeda atrelada ao dólar, inflação de 5% ao ano. Foi um “boom” que tirou o Brasil da lama. O plano era tão bom em relação ao antigo, que FHC acabou sendo eleito presidente.

Em 1994, o Brasil estava eufórico com a nova estabilidade econômica e com FHC, o criador da estabilidade. Embriagados pelo sucesso do Plano Real, os eleitores, em grande maioria, apostaram em FHC, se como economista fez isso, imagine como presidente! Eleito presidente, ele nada fez para melhorar sua imagem, sua populaaridade só crescia no exterior, devido às suas inúmeras viagens. Foram quatro anos de calmaria política e conômica não só no Brasil, como no mundo inteiro. FHC não tinha muito com que se preocupar, apenas manter a popularidade do Real, espelho de sua própria popularidade, em alta.

FHC criou uma emenda que permitia a reeleição, beneficiando-se. Novamente o Real foi o diferencial, a campanha de FHC era, indiretamente, um aviso de que “o outro” fosse presidente, o Plano Real entraria pelo cano, levando o bem estar político, econômico e social junto. Outra vez, o Plano Real ganhou a eleição para FHC.

No segundo mandato, o mundo passou por três crises: a asiática, a das bolsas e a russa. FHC fez de tudo para manter o Real. Vendeu estatais, lançou dólares no mercado, desvalorizou a moeda, entre outras medidas. Mesmo assim, a economia e o Real sofreram um baque, um grande desfalque, despencando o crédito no plano, bem como em FHC.

Desemprego, dólar a R$ 2,00, déficit orçamentário. O Real já não é a imagem ensolarada do Brasil. A imagem de FHC está por um fio: a inflação. Se a inflação aumentar, arruinando de vez o Plano Real, a insignificante popularidade de FHC sumirá de vez.

Durante todo o seu mandato, a popularidade de FHC não passava da imagem otimista do Real. Se esse ruir, FHC passará de mártir a carrasco de nossa economia. Ainda pior: os brasileiros culparão FHC de ter governado mal, destruído o real e tudo o que aconteceu de errado no Brasil.

Péssima Qualidade do Yahoo! Notícias

O maior argumento da tradicional mídia impressa com relação à nova mídia digital, online, é a falta de qualidade neste segundo veículo, onde não existe um rigor tão grande com o que vai ser publicado e nem uma revisão mais profunda dos textos.

Quem não se lembra da infeliz propaganda do Estadão em 2007 que comparava blogueiros com macacos e perguntava qual a fonte de sua informação?

No entanto o Yahoo! Notícias deu um prato cheio para os críticos, a começar pela chamada na página inicial:

Rússia celebra 50 anos da chegada à Lua

Rússia celebra 50 anos da chegada à Lua

  • Primeiro: os russos ou soviéticos nunca foram à Lua… apenas 12 estadunidenses pisaram lá.
  • Segundo: a celebração é dos 50 anos da primeira ida de um homem ao espaço
  • Terceiro: a matéria tem incontáveis erros. Tantos que salvei um PDF da matéria aqui que provavelmente vão corrigir (assim eu espero). Abaixo criei um “Jogo dos 7 Erros”, mas se for para incluir as frases soltas, com palavras desconexas ou sem conexão vai faltar espaço no blog!
  1. primeiro homem a pisar no espaço
  2. Embutidos, balas e chá. Ao todo, 63 peças.
  3. Vai voltar engordar
  4. podem ter ocorrido inúmeras situações desagradáveis… Mas não ocorreram
  5. …documento informando todas as nações sobre a viagem do cosmonauta poderia aterrissar em seu solo.
  6. Outro aspecto que ainda tira o sono de muitos é a suspeita de que a morte de Gagarin em 27 de março de 1968 durante um voo de treinamento a bordo de um caça Mig na região de Vladimir, que levou alguns analistas a falar de uma conspiração.
  7. …indicam “a improvável causa” que o acidente ocorresse quando Gagarin tentava
  8. a Assembleia Geral da ONU declarou em 12 de abril

Detalhe: a matéria foi publicada dia 11 de abril…

Outras fontes online de notícia publicaram essa mesma matéria, com traduções tão ruim quanto ou apenas ligeiramente melhores:

  • Bol – Gagárin deixou carta de despedida caso voo espacial fracassasse
  • Bol – Febre Gagarin retorna no 50º aniversário da odisseia espacial
  • Ig – Febre Gagarin retorna no 50º aniversário do primeiro voo espacial
  • UOL – Febre Gagarin retorna no 50º aniversário da odisseia espacial
  • MSN – Febre Gagarin retorna no 50º aniversário da odisseia espacial
  • Terra – Febre Gagarin retorna no 50º aniversário da odisseia espacial
  • Estadão – Primeiro voo tripulado para o espaço completa 50 anos nesta terça

Sou obrigado a concordar que a versão do Estadão ficou melhor que as outras por juntar essa notícia com uma outra da Reuters, mas mesmo assim disse que: “…a agência oficial de notícias “Tass” preparou um documento informando todas as nações sobre a viagem do cosmonauta poderia aterrissar em seu solo.

Comentário sobre Massacre no Rio

Pela primeira vez leio um comentário sensato sobre o massacre em Realengo, da Antonia Lucia, em uma matéria do Yahoo! Notícias:

Há muito o que fazer sobre este teerível acontecimento:
Amar muito e tratar bem as pessoas porque nunca vamos saber qual é o instante da despedida (sempre pode ser a última vez);
Nunca fazer comentáriso maldosos a respeito do comportamento nem da aparência de alguém na frente das crianças e nunca permitir que as crianças o façam, porque nunca sabemos até que ponto podemos ferir alguém nem o efeito que certas brincadeiras causa em uma pessoa;
Desenvolver a nossa mente para entender que as pessoas são diferentes, mas não são piores nem melhores umas das outras, apenas diferentes e é esta a beleza da criação;
Desenvolver nas crianças a autoestima, dizer sempre para elas o quanto são amadas, desejadas e que os verdadeiros valores são o carater, a honestidade, a bondade e que não importa os padrões de beleza e sucesso que a mídia cria, aqueles padrões não fazem parte da vida real;
Criar nas escolas sistemas de acompanhamento psicopedagógico para valiar os alunos e facilitar o diagnóstico de alunos problemáticos, pq este não deve ser o unico;
segurança nas escolas, nas universidades (pq nas universidades publicas entra todo tipo de gente);
E uma coisa dificil, ninguem esta livre de ter uma pessoa como este rapaz na familia, entre os amigos, entre os conhecidos, e vejam so, o fato de ninguem ter ido reconhecer o corpo dele, é a prova de como esta criatura foi rejeitada pela vida. Porque mesmo já tivemos muitos criminosos barbaros, mas sempre teve alguem, uma mãe, um pai, uma irmão, um irmão, uma tia, uma lagrima, uma prece, e ele nada teve. De mim tem, que Deus tenha compaixão da alma dele e que me condenem quem quiser, pois estou falando de dentro do meu coração. Para as crianças, elas têm o paraíso.

Quero escrever sobre esse acontecimento bárbaro, mas vou na linha do que ela disse.

A (in)segurança dos bancos

Quando eu era criança minha mãe abriu na Caixa Econômica Federal uma poupança pra mim. A conta existe até hoje, nunca soube qual é a senha, ainda mais porque ela está vazia. Sabe como é… a década de 80 foi complicada: superinflação, Plano Cruzado, Plano Collor, Sarney…

Conta Poupança na Caixa Econômica Federal na década de 80: senha de 6 números para os caixas.

Quando fui fazer faculdade abri uma conta universitária no Banco do Brasil. Não cobravam tarifa, davam R$ 200,00 de limite, tinha uma agência dentro da UFSCar e meu pai podia me mandar dinheiro lá de São João del-Rei quando a situação ficava preta. Fechei a conta quando vim pra São Paulo.

Conta Universitária no Banco do Brasil no início do século: senha de 6 dígitos para o cartão Visa Electron, caixas eletrônicos e Home Banking. Senha adicional de 4 dígitos para a Internet.

Quando comecei a trabalhar tive de abrir uma conta no Bradesco e o melhor: não pagava tarifa, além do que tem agência em tudo quanto é lugar, inclusive nos Correios. Parei de usar quando mudei de emprego.

Conta Corrente no Banco Bradesco em 2010: senha de 6 dígitos para o cartão de débito Visa Electron, senha de 4 dígitos para o cartão de crédito Visa, senha de 4 dígitos para o Home Banking e tele-atendimento e cartão de senhas com 50 senhas para o Home Banking.

Agora que mudei de emprego tive de abrir uma conta no Santander. Apesar de não pagar tarifas, desisti de usar quando soube do número de senhas diferentes que teria de memorizar…

Conta Corrente no Banco Santander nos dias atuais: senha de 4 dígitos para o Cartão de Crédito/Débito Visa, senha de 4 dígitos para o Cartão de Crédito/Débito Master Card, senha de 6 dígitos para a Internet, senha de 4 dígitos para o tele-atendimento, cartão de senhas com 50 senhas para a Internet, senha de 6 dígitos para o tele-atendimento, senha de 3 letras para o caixa-eletrônico.

Como é que um banco pede pra um reles mortal manter 7 senhas diferentes para utilizar seus serviços? Imagina um idoso com Mal de Alzaimer ou uma pessoa com dificuldade em decorar números… com certeza vai anotar tudo em um papel ou usar a mesma senha nos 7 lugares, ou seja, pra quê isso?

Existe guerra entre ciclistas e motoristas?

Segundo essa matéria da Folha de São Paulo entitulada “Com “bicicletadas”, ativistas declaram guerra aos “monstroristas”“, existe uma guerra ocorrendo entre ciclistas ativistas e motoristas.

“Monstroristas”, “mautoristas”, “frustrados que compraram carro para respirar fumaça”, “covardes”. É assim que ciclistas engajados na defesa do uso de bicicleta como meio de transporte urbano chamam motoristas de carros, ônibus e afins.

Eu sou um ferrenho defensor do uso da bicicleta como um meio de mobilidade urbana, mas em momento algum eu me comporto como a matéria diz que eu supostamente me comportaria.

Nunca havia visto a @folha_com se posicionar tão radicalmente em uma matéria, generalizando um comportamento a um grupo de pessoas. É como se tivesse dito que “todo político é corrupto”, “todo alemão é nazista”, “todo baiano é preguiçoso”, “todo arquiteto é homosexual” ou outros impropérios do gênero.

Quando no fim do mês passado Ricardo José Neis atropelou um grupo de ciclistas que estava fazendo uma manifestação pacífica em Porto Alegre, uma grande quantidade de pessoas, incluindo uma grande parcela de ciclistas, se comoveu e bocou a boca no trombone. Matérias foram feitas, notícias foram divulgadas, manifestações foram organizadas, mensagens foram publicadas no Twitter. No entanto isso está longe de ser uma guerra.

A lastimável tragédia provocada pelo monstrorista do Golf preto, como este motorista em particular foi apelidado, permitiu à sociedade como um todo olhar para os ciclistas pela primeira vez. Foi possível escutar suas reinvidicações, perceber suas fragilidades, conhecer seus direitos e também seus deveres, que alguns ciclistas deixam de cumprir, infelizmente.

Com o lema “Mais amor, menos motor“, a Bicicletada, uma manifestação que defende a pacífica convivência entre automóveis e bicicletas, quer que ocorra essa discussão na sociedade, de forma sadia. Não quer uma guerra. Não quer que ciclistas sejam odiados. Quer paz.

Banksy: flowerchucker

Banksy: flowerchucker - A Guerra que a folha idealizou

Explicação e Justificativa do Atropelamento em Massa

Atropelamento em Massa em Matamoros - México

Atropelamento em Massa em Matamoros - México

O atropelamento coletivo em Porto Alegre tem explicação?

Sim.

No Massa Crítica – POA o Helton Biker levanta algumas:

  • O estresse que surge simplesmente por fazer parte do trânsito de grandes cidades;
  • A sensação de poder oferecida pela condução de um veículo automotor;
  • A perspectiva alterada de quem está dentro do veículo, em contraposição à perspectiva de quem está fora do veículo, em especial as pessoas não motorizadas;
  • A expectativa do direito à via e da preferência do seu automóvel, em detrimento dos outros usuários e em especial as pessoas não motorizadas;
  • A idéia de que ter mais pressa ou achar que seu deslocamento é mais importante que o do outro deveria justificar a preferência de circulação.

O atropelamento coletivo na Massa Crítica tem justificativa?

Não.

É um comportamento simplesmente injustificável.

Louco agressor atropelador de ciclistas

Quanto mais a história do monstrorista que atropelou mais de 40 ciclistas em Porto Alegre se desenrola, mais a hashtag #naofoiacidente faz sentido.

Me Faltou Amor

Me Faltou Amor

Ricardo José Neis, 47 anos e funcionário público no Banco Central de Porto Alegre, pediu internamento em clínica psiquiátrica e já está com outro advogado: Jair Antônio Jonco. Será que o advogado Luís Fernando Coimbra Albino se tocou que é caso perdido defender um idiota desses ou o atropelador está contratando uma legião de advogados pra tentar se safar das consequencias civis de seus atos?

Aliás, o advogado Luís Fernando Coimbra Albino é diretor-administrativo financeiro da da Carris, companhia de transporte público de Porto Alegre. Não rola um conflito de interesses aí não?

Além das graves multas de trânsito, como dirigir na contramão ou sobre a calçada, o infrator também tem uma acusação de ameaça e agressão contra uma mulher em seu histórico pessoal.

Seu próprio filho, de apenas 15 anos e que estava dentro da arma do pai, disse que foi o pai quem começou a agressão verbal aos ciclistas.

O pior é que pela sua tragetória pessoal ele parece ser uma pessoa inteligente e estudiosa:

Quem quiser mandar um e-mail pra ele: [email protected]

Atropelador de Ciclistas

Estou sendo preconceituoso ao falar mal de José Ricardo Neis, de 47 anos, funcionários do Banco Central de Porto Alegre, com várias multas graves no histórico, incluindo dirigir na contramão e em cima da calçada.

José Ricardo Neis

José Ricardo Neis

É ele o monstrorista do Golf preto que avançou sobre uma manifestação de 150 ciclistas em Porto Alegre, atingindo 40 e mandando uma dezena para o hospital.

Por sorte o dia estava chuvoso e não havia crianças no caminho dele, pois senão a tragédia teria sido muito maior. Várias vezes fiz passeios de bicicletas com minha filha e nunca imaginei que um idiota pudesse entrar com um carro em alta velocidade no meio das bicicletas.

Também fiquei indignado com a entrevista que Luís Fernando Coimbra Albino, seu advogado, deu no rádio. Ele alega legítima defesa e não está arrependido.

A Renata Falzoni é uma grande ativista dos ciclistas e fez uma matéria fantástica sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre, mas foi Alexandre Garcia quem me espantou com seus comentários. William Cruz, do Vá de Bike! também está participando ativamente da divulgação das notícias desta catástrofe.

Essas palavras são da Renata e concordo plenamente:

Se a rua estivesse bloqueada por 150 carros congestionados, jamais passaria pela cabeça desse motorista ultrapassar por cima de seus iguais, pois carros congestionando o trânsito e imobilizando as ruas é o “normal”.

Esse vídeo fala de 3 ciclistas que foram atropelados na Holanda, onde o maior ferimento foi um joelho ralado e toda a repercução do acidente. Eu gostaria muito que o ciclista fosse tratado aqui no Brasil com o mesmo respeito que é tratado na Europa.

Enquanto motoristas acharem normal ficar 1 hora parado no trânsito sabendo que 5 km de carros estão congestionados em sua frente e não souber esperar 5 minutos para um congestionamento de bicicletas passar, ciclistas não poderão pedalar com segurança. Não quero ter de chamar a CET ou a polícia para me escoltarem toda vez que for sair de bicicleta, para que os carros me respeitem…

Crônicas de Narnia – Livro e Filme

Passei 8 anos de minha vida indo de metrô para o trabalho e li inúmeros livros durante esse tempo, ocupando os 20 minutos o trajeto com algo útil.

Agora que estou trabalhando longe de casa, mesmo que usando transporte público apenas alguns dias na semana, sinto essa necessidade de ler ainda maior.

Comprei a coleção Narnia, de C. S. Lewis e já estou no 4º livro: “Prince Caspian”. É, comprei em inglês, pois além de passar o tempo me ajuda a treinar a língua da rainha.

The Chronicles of Narnia - Prince Caspian

The Chronicles of Narnia - Prince Caspian

Ontem assisti o filme “Crônicas de Narnia – Príncipe Caspian” e existem incontáveis diferenças, no entanto uma em especial é injustificável: por quase 30 minutos do filme animais voadores levam os reis e rainhas ao castelo do tio malvado, eles abrem os portões, os antigos narnianos entram no castelo, Caspian resgata o tutor e tenta matar o tio, o tio foge do quarto, consegue cercar os narnianos, que fogem em disparada, mas diversos ficam presos no castelo, sendo mortos a sangue frio, criando a desculpa para Miraz atacar Narnia.

Não há absolutamente nada disso no livro!

  • Peter, Edmund, Lucy, Susan e Caspian não tentam invadir o castelo em momento algum
  • Não aparece um único animal voador grande o suficiente pra carregar uma pessoa, a não ser os passarinhos cantando ou levando mensagens
  • Caspian não resgata o tutor do castelo, ele foge e encontra Caspian com os antigos narnianos
  • Caspian não tenta matar o tio em momento algum do livro
  • No livro Miraz nunca faz um único conselho com seus lordes e nem cria uma desculpa para atacar os narnianos, ele simplesmente sai com sua tropa para matar Caspian

Eu não sei qual foi a idéia do diretor em inventar uma passagem tão absurda em um livro com tanto detalhe!

No entanto algumas cenas ficaram excelentes no filme, melhor que no livro (não leia se ainda não leu/assistiu a história):

  • No filme Nikabrik e seus dois comparsas conjuram a White Witch, que aparece congelada em um portal de gelo, encantando Caspian para ter uma gota de seu sangue e Edmund destrói o portal enquanto Peter, Trumpkin e Trufflehunter matam os 3 revoltosos. Bem mais interessante que no livro, onde antes mesmo da bruxa desenhar o círculo no chão Peter, Edmund e Trumpkin entram na sala -escura- e matam os 3 revoltosos. Lewis teria ficado orgulhoso da idéia da Jadis aparecer em um portal de gelo, encantando Caspian e Edmund quebrando o portal, pois está 100% relacionado com a história do livro “The Lion, The Witch and the Wardrobe”.
  • No filme o duelo entre Miraz e Peter é sensacional, parecendo um verdadeiro duelo medieval. Nada parecendo um ringue de boxe como no livro. No filme Peter vence, Caspian não mata o tio por não ser um tirano e Glozelle enfia uma flecha da Susan em Miraz, pra sugerir traição. No livro Peter não chega a vencer, Miraz apenas tropeça, cai e Glozelle já sai gritando “Traição, Traição, o traidor narniano apunhalou-o pelas costas enquanto ele estava indefeso. Para as armas, para as armas Telmar!
  • Aslan “destorcer” duas árvores para formar o portal para o nosso mundo, além de Peter, Edmund, Lucy e Susan não terem de trocar de roupa é muito mais interessante que uma porta de varetas e os 4 trocando de roupa antes de entrar no portal… como se tivessem precisado quando voltaram pelo guarda roupa.
  • O brutamonte anão Trumpkin no filme, muito mais parecido com os anões de Senhor dos Aneis, é mais convincente que o franzino anão do livro, que mais parece um duende.
  • Particularmente achei que o bacanal, literalmente, ficou sobrando no livro, bem como a excursão de Aslan pelas escolas e cidades no fim do livro. Não incluir no filme foi uma decisão acertada.

Gostei do filme, é bem fiel à história, a maioria das diferenças são em relação à ordem em que os eventos aconteceram ou algum outro pequeno detalhe, mas o livro continua sendo superior.

A história de Narnia, o medo que os telmarinos têm das florestas e do mar, os animais falantes se escondendo, buscando a liberdade, além da grandiosidade da entidade que é o Aslan e da dificuldade de Peter, Edmund e Susan em vê-lo não transparecem no filme mas ditam o tom do livro.

Big Brother Brasil 2011

Preciso confessar, assisti o Big Brother Brasil 2011, no primeiro dia, torcendo para ter evoluído e ser algo que valesse a pena assistir. Eu gostei muito do Hipertenção, onde

No entanto não foi… já logo no primeiro dia tiveram de votar em alguém pra sair e uma pessoa foi escolhida para ser o trapaceiro ou algo do gênero.

Não consigo assistir algo tão negativo onde o objetivo é pisar na cabeça dos outros para ter sucesso, atrapalhar os amigos para ganhar…

Eu até assistiria se o paredão fosse para escolher quem ficaria: teriam de votar em quem gostariam que permanecesse na casa… A pontuação deveria ser para incentivar o comportamento postivo, correto, honesto, justo, benevolente… e não o contrário. O jogos para escolher líder, anjo, quarto de luxo e essas coisas poderiam ser através de uso de lógica, racioncínio e trabalho em grupo.

O melhor relato que já li sobre o BBB 11 foi o do Regis Tadeu, sendo essa a melhor parte:

Um capítulo à parte é o Pedro Bial, um sujeito evidentemente culto, mas que age no programa como se fosse uma espécie de animador de bingo de fundo de quintal. Fiquei impressionado como ele, mesmo nos momentos mais animados, mostra uma disfarçada ironia ao falar com os participantes e com o público, buscando esconder o evidente desejo de estar muito longe dali e, ao mesmo tempo, tendo a consciência de que está falando com idiotas, sejam aqueles que estão dentro da tela ou em suas casas.