Os Vedoin, de acordo com Gedimar, pediram inicialmente R$ 20 milhões por “informações graves” que envolveriam “não só políticos de outros partidos, mas também do próprio PT”, e referentes “não apenas ao caso sanguessuga”. O valor, entretanto, “estava fora do alcance do partido”.
A negociação teria prosseguido até baixar a R$ 2 milhões. Como mesmo essa quantia foi considerada elevada, o PT, segundo Gedimar, ofereceu “a uma importante revista de circulação nacional sociedade [sic] na compra das informações”
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Interessado em receber o restante do dinheiro, Vedoin teria entregue aos jornalistas um CD-ROM que supostamente conteria as informações prometidas. Mas “os jornalistas, ao chegarem à sua base, verificaram que o CD nada continha”.
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Valdebran, que já havia recebido R$ 1 milhão, ficou de apresentar na quinta-feira os documentos, mas estes não chegaram de Cuiabá. Gedimar o questionou “sobre o CD vazio”. Na quinta, “por volta das 23h”, Valdebran telefonou para Luiz Antonio Vedoin, pois “estava preocupado” por permanecer com todo o dinheiro no hotel.
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Gedimar disse ter recebido R$ 1 milhão na manhã de quinta, “por volta das 6h, no interior do estacionamento do hotel Ibis, de uma pessoa branca, com aproximadamente 45 anos, cabelos negros carapinha, que não declinou o nome e que estava no interior de um táxi”. A segunda parte, na noite do mesmo dia, “por volta das 23h30, de uma pessoa de nome André, de cor branca, com aproximadamente 45 anos”.
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A leitura dos dois depoimentos à Polícia Federal desfaz a impressão inicial de que Gedimar e Valdebran –o primeiro simpatizante do PT e autodeclarado advogado do partido, o segundo filiado à sigla, ambos baseados em Cuiabá– formariam uma dupla, até porque foram presos juntos.
Na verdade, Gedimar era o pagador, e Valdebran, hospedado no quarto ao lado, o recebedor pelos Vedoin.