Voltando ontem pra Mogi das Cruzes fiquei conversando com uma mina no ônibus. Tem 19 anos, casou aos 16, trabalha com design gráfico de embalagens, usando Macintosh, em São Paulo. Nossa conversa deu vários rodeios pelos mais diversos assuntos: solidão, saudade, família, estudo, computação, Bush, geopolítica e no fim estávamos falando de Deus e Bíblia.
Ela deixou bem claro que acredita irrestritamente na Bíblia como única verdade absoluta e que outros livros sagrados foram baseados na Bíblia, não se faz as três perguntas: “De onde vim”, “Pra quê estou aqui” e “Pra onde vou” pois está além de nossa compreensão, Cristo é o único mestre e Deus é uma entidade que pode estar ao seu lado, querendo o bem dela. Vai em cultos evangélicos pois os frequentadores são pessoas “sadias” como ela mesmo disse e lê a bíblia todo dia, pois dependendo do estado de espírito um mesmo ensinamento pode trazer compreensões diferentes. Cre ainda em Céu, Inferno, anjos e demônios e não crê em reencarnação. Resumindo, segue corretamente os ensinamentos da Igreja Evangélica.
A maioria do que ela pensa é bem diferente do que eu penso. Ela disse algo bem interessante, que o que ela acredita é o que a Igreja Evangélica diz, já eu acredito no que eu penso, idealizo e crio. Da maneira como ela vê as outras religiões, outros mestres e livros sagrados, ela não deve levar a sério nada do que eu penso.
Se eu tivesse conversado com ela ano passado ou antes, teria ficado bem chocado: “Como alguém pode achar que sua religião é a correta e todas as outras religiões seguidas por 62% do resto do mundo estão erradas?” Mas depois de uma caliente conversa entre eu, o Carlos e o Franssatto lá em minha finada república de São Carlos sei que isso é mais comum do que se possa imaginar.
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