Começei a gostar dos artigos do Salvador Nogueira, que escreve em uma coluna na Folha toda quinta feira, depois de ler o artigo Os bebês do cosmos. Nesse artigo ele fala da configuração peculiar do universo que permite a nossa existência, discute a necessidade de um "criador", com alternativas como o princícipio antrópico (defendido inclusíve por Stephen Hawking e Martin Rees) ou a "seleção cosmológica natural", proposta por Lee Smolin.
Achei essa proposta tão fantasticamente interessante que até transcrevo um trecho do Salvador Nogueira (destaques por minha conta):
Talvez a resposta para explicar a configuração do Universo seja outra. E se ele puder ter bebês?
Em essência, essa é a teoria de Lee Smolin, físico norte-americano que trabalha no Perimeter Institute, em Ontario, Canadá. Ele propõe que o Universo na verdade não esteja configurado para favorecer o surgimento de formas de vida como nós, mas sim para produzir o maior número de buracos negros possível. O interior de cada buraco negro, por sua vez, abrigaria um novo universo, novinho em folha. Ou seja, quanto mais buracos negros um universo fosse capaz de fabricar, mais "filhos" ele teria, passando adiante essa característica para seus "descendentes". Pois é, você já deve estar pegando o espírito da coisa: é Charles Darwin aplicado à evolução dos universos. Não é à toa que Smolin chama sua teoria de "seleção cosmológica natural".
Pode parecer maluco, mas talvez valha a pena lembrar que o nosso Universo, no momento do chamado Big Bang, estava comprimido num ponto muito denso e muito pequeno (infinitamente compactado, se levarmos a teoria da relatividade ao pé da letra), e essa é exatamente a descrição de um buraco negro, uma estrela que implodiu de forma tão radical a ponto de caber num espaço extremamente contido. A gravidade ali fica tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar de lá. É como se a força gravitacional na verdade enrolasse aquele pequeno pedaço do cosmos em torno de si mesmo, arrancando-o do espaço e do tempo em que vivemos. Quer melhor lugar para criar um universo inteiro longe das nossas vistas?
A idéia de Smolin é que o primeiro universo da história do "multiverso" fosse um daqueles desengonçados e desregulados aleatórios, incapaz de produzir estrelas e de implosão rápida. Sua implosão (como a de um buraco negro) daria origem a outro universo, com uma regulagem só um pouco diferente, talvez um pouco melhor. Ao longo de muitas "gerações", finalmente surgiria um universo capaz de produzir estrelas. Apenas algumas delas teriam massa suficiente para, ao fim de suas vidas, virar buracos negros, mas isso já daria um grande impulso à prole desse primeiro universo capaz de ter muitos filhos. E o processo continuaria, melhorando cada vez mais a capacidade de gerar universos pródigos em descendentes. Para Smolin, nosso Universo estaria bem adiante nesse processo evolutivo, com uma capacidade imensa de produzir buracos negros.
Ele termina o artigo com uma frase interessante:
Considerando que os seres humanos são feitos dos mesmos átomos que um dia foram fabricados no coração das estrelas, não podemos evitar a conclusão de que nossa existência e nossas especulações não são nada mais que o próprio Universo fazendo uma tremenda força para entender a si próprio.
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Obrigado!
Interessante. Pena que são teorias, injustificadas, criadas a partir de outra teoria ainda mais injustificada: a da evolução das espécies. O que o futuro nos reserva? Uma geração de homens e mulheres, com um pensamento difuso e espírito de investigação afunilado, “programado” para quase mecanicamente responder ao questionamento milenar sobre a origem do universo com alguma “pérola” darwinista. Quem foi Darwin? No que cria? Que influências teve para escrever e publicar as ideias do Best -Seller A Origem das Espécies? Acredito que partindo do pressuposto que a teoria da seleção natural tem sido aplicada em vários contextos científicos para explicar tudo aquilo que ainda não possui explicação plausível, creio não ser bastante aplicar o mesmo conceito a alguns eventos sociológicos e históricos, como aliar o pensamento Nazista de Adolf Hitler a teoria da seleção natural de Darwin, onde pregava-se a predominância da raça ariana (dita evoluída) em detrimento de outras “espécies”. Não preciso dizer no que, obviamente, tal pensamento resultou.
Ao autor do texto, parabéns pela compilação “fantasticamente interessante” de Lee Smolin”, mas aconselho a conhecer um pouco mais das teorias que oferecem o contraditório à teoria darwinista, usando dessa maneira, o verdadeiro método científico de investigação.
Concluo com a análise de parte de uma frase de Smolin:
“Considerando que os seres humanos são feitos dos mesmos átomos(…)”.
O verbo dicionarizado fazer, implica em dar existência, ser autor, criar, obrar ou produzir. Considero esta a única parte sensata do texto, principalmente porque dá a ideia real da origem do ser humano. Pena que é muito implícito para ser observado por todos.
Aguardo comentários.
Não faço comentários sobre reductio ad Hitlerum…