Quarta feira 22/10
hora do almoço: eu e Daniel vamos no StandCenter para ver preço de câmeras digitais, escolhemos uma Canon S400.
depois do trabalho: eu e Daniel voltamos ao StandCenter e finalizamos a compra de duas câmeras, parcelada em 3 vezes, sendo que eu só teria grana para as duas primeiras parcelas, mesmo tendo juntado grana por 6 meses e ter recebido o 13º.
Quinta feira 23/10
0:05: meu pai me liga desejando feliz aniversário e diz ainda que me daria um pouco de grana para comprar a câmera digital, digo que já havia comprado, neste mesmo dia, mas faltaria a parcela de dezenbro e que custou uma caralhada de reais, ele se assusta, mas digo que vou fazer seguro.
trabalho: levo a câmera para o trabalho, brinco um pouco com ela, sem ainda nem ter tido tempo de ler o manual.
19:30: venho de carona com o Jeferson para São Carlos, com a câmera.
22:45: vou para o Corso do Tusca com o Clóvis, levo a câmera digital dentro da capa, presa ao cinto, por baixo da camisa e da blusa. Não havia bebido nada e o corso já tinha saído.
na Federal: o corso chega na Federal, pelo caminho encontramos Varejão, Rambo, Kicho, Carlos, Cinthya, Franssatto, Canovas, Fernanda, Claus, Tici, Elen, Mazza, Marleta, Cid, Galli, Carina, Pri, Priscila, Jun, Kawakami, Meia, Pexe, Chutassaco, Celso, Ewerton… durante o trajeto tiro algumas fotos, sem usar o LCD, olhando pelo viewfinder, como câmera convensional para não chamar atenção.
Sexta feira 24/10
2:40: Depois de quase 2 horas curtindo a banda no palco, eu, Carlos, Kicho e Carina vamos ao DCE onde estava tocando música eletrônica. Tiro foto do DJ, o pessoal vai saindo para voltar para a multidão em frente ao palco e vou um pouco atrás deles.
2:45: Enquanto eu voltava, me seguram pelo pescoço, por trás, colando a outra mão no meu olho.
_ Ou, meu olho! – disse eu, pensando ser alguém da turma que estava me zoando
_ Passa a câmera!!!! – disse outro cara, que também chegou me segurando
_ Não!!!!
_ Cadê ela??? – disse, enquanto rancava meus óculos
_ Tá lá com meu amigo!!! – respondi enquanto eles me empurravam para o lado, socando minhas costelas e apertando mais ainda.
_ Passa logo senão vou quebrar seu pescoço!! – disse um, enquanto o outro procurava a câmera e ia me forçando e chegar mais para longe do passeio, eu só ia me encolhendo cada vez mais. O que estava procurando acha ela por baixo da minha blusa, dentro da capa presa ao cinto. Tenta tirar mas não consegue. O outro vai puxando meu nariz ou apertando meus olhos com uma mão enquanto com a outra prende meu pescoço. O que procurava puxa a capa, arrebentando o prendedor do cinto e sai correndo. O outro solta meu pescoço, dá um tapão em minha orelha e também sai correndo.
Tento pegar meu óculos no chão, acho um pedaço, olho pra trás e não vejo os caras. Chega um carinha perto de mim:
_ Te roubaram?
_ Roubaram minha câmera!!! – disse eu, desesperado, procurando o óculos, sem saber o que fazer, vendo que tinha muita gente perto e ninguém fez nada
_ Pensei que vc estava passando mal e eles estavam te ajudando.
_ Como eles eram, nem vi!! – perguntei a ele
_ Eram dois morenos claros e os dois estavam de camisa preta. – essas eram as únicas informações que eu tinha deles.
2:50: saio correndo em direção à portaria da UFScar, chego lá bufando, falo com os dois guardas que estavam lá.
_ Me roubaram… levaram minha câmera…
Conto o ocorrido para eles, que anotam meus dados e chamam uma viatura da polícia.
3:00: fico junto à guarita, tentando ver alguém suspeito passar por lá.
3:25: encontro o Clóvis e o Kicho que passam pela portaria.
_ Fui assaltado, roubaram a câmera!
O Clóvis fica comigo e o Kicho vai chamar o resto do pessoal. Ficamos mais um tempo lá.
4:00: a viatura chega, mas só depois de um soldado da políca que passou por lá ter ligado de seu celular e re-solicitado. Os policiais dizem para eu fazer um BO pois eles não poderiam fazer nada.
4:25: eu e Clóvis vamos até onde eu tinha sido atacado procurar o resto do óculos. Não encontramos, pois estava meio escuro, o Clóvis para um seguraça em sua moto e pede sua ajuda para iluminar com o farol o lugar ao lado do passeio onde eu tinha sido atacado. Achamos o outro pedaço do óculos.
4:45: eu, Clóvis, Franssato, Carlos, Claus e Tici vamos até a delegacia, onde faço o BO. A plantonista diz para no dia seguinte pegar o BO assinado no distrito policial, depois das 11 da manhã e fazer um exame de corpo delito no IML, entre 16:00 e 17:30.
5:00: voltamos para casa eu com uma raiva imensa e sem dizer uma única palavra. Durmo.
11:38: acordo, tomo banho e vou até o 1º Distrito da polícia (longe para caramba!!), pego o BO assinado e vou até a Ótica Carol (do outro lado da cidade), onde havia comprado meu óculos:
_ Vocês consertam óculos?
_ Tem de ver qual o problema, você está com o seu óculos?
_ Sim – digo, tirando a caixa (da Ótica Carol) e mostrando os dois pedaços.
_ Essa armação não tem conserto, vai ter de trocar por uma nova. – disse, depois de examinar.
_ Quando foi que você comprou?
_ Tem uns 8 meses – respondi
_ Tem 8 meses que ele comprou, ainda tá na garantia? – pergunta a mulher que estava me atendendo à outra vendedora
_ Tem sim. – a outra responde
_ A armação está na garantia, a gente vai pedir outra, mas a lente vai ficar com esse rachadinho aqui, tá bem? – ela diz, mostrando uma rachadura na beirada da lente onde a armação é parafusada.
_ Tudo bem. – respondo eu, um pouco mais feliz pois não teria de pagar por uma nova lente.
_ Vai levar de 5 a 7 dias úteis, vamos até o computador para ver qual o modelo.
A mulher vai até o computador, consulta meu nome e acha todas as informações sobre a compra que eu havia feito no início do ano. Atualizo meus dados (endereço e telefone), deixando os óculos, ou melhor, os pedaços de um óculos lá.
Depois vou até uma loja de informática e converso com o dono (no lado oposto do Distrito Policial). Ele pega o modelo da máquina, o número serial, meu nome e telefone. Se alguém tentar vender lá ele me liga. Passo em outra loja dizendo o mesmo.
13:45: Chego em casa, converso com o Clóvis, ficamos esperando o Micão chegar, vamos para a casa do Carlos, o Franssato vai com o Claus no shopping almoçar, ficamos esperando eles voltarem, eles demoram e o Clóvis vai de ônibus. Eu e Carlos vamos depois, de ônibus, pois eu precisava da folha que estava na apostila de Criptografia para ir fazer o exame de corpo delito e o Clóvis havia levado.
16:40: Chego na sala, entro, pego o papel, vou com o Carlos até a Delegacia, a pé.
17:20: Chegamos na delegacia, em 5 segundos descrevo meus ferimentos, o cara olha e diz que é só isso. Eu e Carlos voltamos para a casa dele, a pé.
21:00: Começo a escrever este relato.
Eu fui roubado “na mão grande” como dizem os policiais, dentro da UFSCar, durante uma festa com mais de 2000 universitários em um lugar cheio de gente. Não foi numa bocada, não foi num lugar deserto, não foi numa rua escura… isso é o que me deixa transtornado. Se até num lugar assim não temos segurança, mesmo tomando cuidado, onde vou estar seguro…
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É… foda mesmo.
Pô, Henrique, sinto muito. Deve ser foda a sensação de impotência numa hora dessas… 🙁
Revoltante!