Devo admitir que fiquei bem chateado ao ter minha câmera roubada. Fiquei com muita raiva também. Raiva de terem em um minuto levado o que sonho por anos e que demorei tanto tempo para conseguir. Raiva também por terem roubado-a no dia seguinte ao tê-la comprado. Raiva por não ter reagido ao máximo. Raiva por saber que quem roubou iria trocar por praticamente nada. Raiva por saber que a polícia muito provavelmente em nada ajudaria.
Tentava me convencer que era só uma perda material, mas a raiva falava mais alto. Só fui pensar racionalmente quando, voltando da padaria na sexta à noite, concluí que se juntasse dinheiro novamente eu poderia compraria outra. Nesse momento a raiva deu lugar à frustração.
“Há males que vêm para o bem“, disse a Mari quando soube do ocorrido. Hagalaz havia dito isso, antes d’eu ter comprado a câmera. Isso me consolava um pouco. Tentava acreditar no que a Mari disse e aceitar o que Hagalaz havia previsto. Filosofei e consegui supor o que veio de bem com esse mal: controlei minha raiva, suportei toda a pressão do acontecimento, aceitei a perda material, dei mais importância ao meu relacionamento com a Marcela.
Eu ainda não havia vislumbrado o que poderia tirar de mais concreto desse acontecimento e foi só hoje que percebi isso. Amigos. Em todos os momentos eu tive amigos ao meu lado. Na saída da Federal procurando quem me roubou, na delegacia fazendo o BO, nos dias seguintes em São Carlos e nesses dias na BM&F.
Hoje eu tive o que me recordo de ser a maior surpresa de minha vida. Meus companheiros de trabalho, que posso considerar como verdadeiros amigos, fizeram uma vaquinha e me compraram outra câmera. É algo que eu nunca esperaria, nunca passou pela minha cabeça que pessoas que eu conheço ha tão pouco tempo estendessem o braço e me dessem a mão numa situação dessas. Foi uma supresa tão grande que fiquei sem palavras, fiquei sem reação, sem saber o que fazer, sem saber o que dizer. Ter tantos amigos solidários a dar o ombro e aquele abraço num momento de necessidade.
Ao ler o e-mail que o Danilo e Figaro escreveram para a equipe não consegui me segurar… tive de sair de fininho e ir na copa pegar um copo de café, enxugar as lágrimas.
O que tiro de conclusão é que os amigos são o que há de mais importante nessa vida. Não importa o que a gente tem, como a gente é ou em que situação nós estamos, mas sim, os amigos que nós temos. Nada mais importa.
Hique,fazia algum tempo que não passava por aqui.E o que li me deixou extremamente feliz.Acredito de verdade que o encanto da vida está nos relacionamentos que temos com as pessoas.E que bom que a vida tem lhe proporcionados esses encontros, com a Mari, Marcela, seus amigos enfim.Bjs
Sempre haverão males que virão pra bem… Mesmo que não sejam bens tão claros como o que vc enxergou dessa vez….
É uma boa forma de superar as adversidades e evitar que a vida se descolora por inteiro! E isso já é um bem razoável!
Beijo Henrique!
super merecido, né? 😉 você é muito gente boa e, na vida, acredito eu, quando a gente é bom, a gente faz as coisas numa boa, c/ intenção boa, acho q a resposta tb é sempre positiva. parabéns por vc e pelos amigos e pelo post. Lindo. Beijos
É, Henrique. Apesar dos pesares, acho que vc mais ganhou do que perdeu com essa estória toda.
Bonito gesto de seus colegas de trabalho. Parabéns a eles e a vc por ter amigos assim.