24 de Março de 1999, 3º ano do 2º Grau, 17 anos
Quando nascemos, nossa única certeza é a morte.
Provérbio popular
Durante um assalto num trem do metrô de São Paulo, dois rapazes foram baleados e morreram alí mesmo. No Rio, um aeroporto internacional foi assaltado, três turistas ficaram feridos. Durante a madrugada, 5 menores bateram com o terceiro carro que haviam roubado naquela noite, contra uma viatura da polícia, durante a troca de tiros, um menor morreu e dois ficaram feridos. O vice-presidente do Paraguai e seu motorista foram metralhados por fuzis e metralhadoras, dentro do próprio carro, o segurança saiu ferido. Um helicóptero da Cemig caiu em Minas Gerais depois de chocar-se contra um fio de alta tensão. Seus três tripulantes morreram, não se sabe se eletrocutados ou em virtude da queda. Estas foram as principais manchetes dos jornais “O Estado de Minas” e “O Globo” do dia vinte e três de março de noventa e nove.
O ser humano só tem uma vida, se morrer, acabou-se! Para que viver se arriscando pelas esquinas da vida, encarando a morte como a melhor vizinha, se a morte é a última instância? A vida deve ser preservada, desfrutada, aproveitada, para que as gerações futuras tenham histórias para contar e não apenas violência.
O desemprego é diretamente proporcional à violência. Num país com índices de desemprego de aproximadamente vinte por cento, a violência é máxima. Em suma, morremos de graça! Morremos num assalto a banco, por bala perdida, por acidente de carro, moto avião, helicóptero, navio, em guerras, atentados terroristas, acidentes de trabalho e até mesmo no aeroporto ou na janela de casa.
Nossa vida é preciosa, já morremos “de graça”, querer implantar a pena de morte é não dar valor à vida. A pena de morte já existe e o pior, não sabemos se estamos ou não condenados, já que o simples fato de voltar para casa pelo metrô, depois de um cansativo dia de trabalho, pode ser a sentença final.
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