Memória inútil?

31 de Março de 1999, 3º ano do 2º Grau, 17 anos

A memória reflete o passado, sem passado não há presente, o presente determina o futuro, logo, uma boa memória resulta num bom futuro. No entanto, de que adianta ter uma memória fantástica e não saber ordenar as idéias, criar um raciocínio lógico ou uma dedução plausível?

O que difere o homem das máquinas é a capacidade de raciocinar, de pensar, de criar as próprias leis. As máquinas têm memória, uma memória muitas vezes infinitamente melhor do que a nossa, como é o caso dos computadores, mas sem o homem nenhuma máquina tem utilidade! Isso mostra que a memória não é o mais importante no ser humano e, sim, a capacidade de pensar. Para que nos esforçarmos a ter uma memória infalível, se as máquinas fazem isso por nós, com uma chance de erro praticamente nula? Um método antiquado usaso nas escolas é decorar a matéria, jogá-la para a memória. Na verdade nada é aprendido, não existe raciocínio ou entendimento, é como a instrução de uma máquina, que só sabe fazer aquilo e não tem como reestruturar a instrução para executar outras tarefas.

Por outro lado, exercitando a memória estamos exercitando a mente, uma mente exercitada é uma mente aberta, saudável. Quem tem mente saudável tem corpo saudável, consequentemente muita saúde e grande longevidade. Exercitando a memória, ainda estamos melhorando a percepção. Numa era onde praticamente todos têm telefone, senhas de banco, Internet, uma memória razoavelmente boa é mais do que necessário. Está cientificamente provado que quem exercita a memória, vive mais e, quando idoso, têm memória melhor do que um adulto. Quem tiver boa memória para telefones, nomes, artigos de jornais ou revistas, tem muito mais conhecimento do que alguém que só se lembra do que leu ou ouviu nesta semana ou depende de uma agenda para arquivar encontros, nomes, endereços.

Quando adulto, nossa vida social está no ápice, precisamos guardar nomes de pessoas, lugares, datas de afazeres e encontros. Não é necessário ter uma memória fotográfica, mas uma memória exercitada e sadia, para, por exemplo, não cometer a gafe de dizer que Sidney é a capital da Austrália, em vez de Camberra, é o básico para a sociedade moderna.

Comentário da professora:

Henrique, considerando sua linha de raciocínio, seu texto se apresenta bem estruturado, com ótima seqüencia de idéias, mas você fugiu do tema proposto pelo autor no texto da Fuvest.

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