Músicas e livros grátis, o futuro?

Logo do The Pirate BayO desconhecido artista Benn Jordan descobriu que músicas suas estavam sendo vendidas no iTunes e ele, como detentor de 100% dos direitos autorais delas (as músicas foram lançadas pela sua própria gravadora), não tinha autorizado nada e nem estava recebendo um tostão por cada música vendida. Ou seja, a Apple estava pirateando as músicas dele.

Depois de tentar inutilmente contatar a Apple para um esclarecimento, ele disponibilizou torrents de seu último álbum na Internet, gratuitamente. A paranóia estadunidense com direitos autorais e compartilhamento de material com copyright está tão grande que começaram a achar que ele estava cometendo crime contra a RIAA – Recording Industry Association of America ao fazer upload de suas próprias músicas!

A entrevista que ele deu para o site TorrentFreak tem algumas falas que mostra muito bem o novo rumo que a indústria fonográfica está tomando. Copio abaixo alguns trechos e destaco os que mais me chamaram a atenção.

Many people that i’d meet at my shows would say that they bought my music on iTunes, yet I’ve never signed any sort of agreement allowing iTunes to host my music, and I’ve certainly never seen a dime of money for my albums hosted there.

[…]

I was told that once the files are in the iTunes system, it literally couldn’t be removed or taken down for a year.

[…]

I keep seeing these internet news stories saying things like “The Flashbulb Promotes Piracy”. It is totally out of control. How could I be promoting piracy if I’m uploading my own material with a “buy it if you like it” message in the torrent?

[…]

If you want something done right, you’ve got to do it yourself. Whether you’re downloading my music to check it out, to accompany the CD, or even pirating it…I want you to have a version/rip of it that I’ve listened to and approved of.

[…]

The thing RIAA is scared of is that their billion dollar backbone can no longer shelter people from exploring music themselves. Their business plan had evolved into telling the world what they will want to listen to and buy, and now they’ll have to actually compete with talented artists again. As the people regain control of the market, music will be judged by it’s content again and will be subjected to it’s own Darwinism. It is a very interesting time for the music industry…

Isso tudo não é muito diferente do Pirate Coelho, do conterrâneo Paulo Coelho, que depois de vender 1.000 livros na Rússia disponibilizou-os gratuitamente na net e viu esse número aumentar para 100.000 em 3 anos, como ele mesmo disse no Digital, Life, Design. O fato interessante do Pirate Coelho é que o autor conversou com as editoras para que elas disponibilizassem gratuitamente os livros, como elas não toparam, ele criou o blog e passou a linkar todas as cópias de suas obras que encontrou em FTPs, sites e até redes P2P.

Isso me lembra uma conversa que tivemos na faculdade, quando alguns amigos disseram que nasceram na época errada, gostariam de ter nascido na época de nossos pais, época de Woodstock, paz & amor, Hendrix, LSD e o Clóvis disse: vocês não percebem, mas estamos vivendo nossa era, com as Raves, música eletrônica, exctasy? Nossos filhos dirão o mesmo que nós, que nasceram na época errada, que queriam ter nascido na época das raves…

A revolução é silenciosa e acontece debaixo de nossos olhos.

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