O sumiço do dinheiro

1999, 3º ano do 2º Grau, 17 anos

Deus pode ser brasileiro, mas a corrupção não é, ocorre em vários países, tem a mesma causa e possivelmente a mesma solução.

Na idade média o dinheiro era em moedas de ouro. Todos sabiam quanto tinham, bastava contar as moedas. Se fossem roubadas saberiam exatamente quantas moedas foram perdidas. Naquela época era mais difícil ter o dinheiro roubado sem ter conhecimento do fato.

Atualmente não se usa mais moedas de ouro, o dinheiro é baseado em contas bancárias, cheques, cartões de créditos. Imagina-se que o dinheiro está seguro no banco, só vai sair de lá se for emitido um cheque, devidamente assinado, ou se provido de cartão de crédito e da senha, fizer uma movimentação qualquer. Perdeu-se o controle que se tinha antigamente sobre o dinheiro, toda confiança é dada ao banco.

Hoje ninguém tem como conferir o saco de moedas, para ver se está faltando alguma, é necessário uma análise demorada sobre o extrato, conferindo cada centavo que entrou com cada que saiu, para se ter certeza de que nada foi perdido. Se durante uma exaustiva análise do extrato for encontrado um erro, dinheiro faltando ou a mais, ninguém analisará o  extrato novamente e possivelmente colocará a culpa em um cheque que não se lembra de ter dado. Esse fato é muito comum de ocorrer com pessoas normais, que têm uma conta bancária de valores modestos, imagine então quando a movimentação envolve cifras de milhões, por exemplo. Detectar o sumiço de dinheiro numa quantidade dessas é praticamente impraticável, achar para onde foi o dinheiro, é impossível.

O socialismo não deu certo, o mundo é capitalista, o homem está extremamente ligado ao dinheiro. Ter dinheiro significa, além de status social, a possibilidade de fazer o que quiser. Baseado nisso, o homem tenta conseguir dinheiro de qualquer maneira, até de formas ilícitas, entre elas o desvio de dinheiro.

O que chamamos de corrupção no Brasil, o desvio de dinheiro, ocorre no mundo inteiro. No Brasil esse desvio não ocorre de forma discreta, além de desviarem cifras algumas vezes maiores que metade do valor total.

Enquanto não for mudada a forma de movimentação monetária, a corrupção não acabará. O dinheiro eletrônico parece ser a solução definitiva para este problema.

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