O fato da Rede Globo controlar a mídia e manipular a opinião pública no Brasil é algo que sempre se comenta mas nunca se percebe. É inclusive a matéria de capa da Super Interessante (que é da Editora Abril, concorrendo com a Galileu, antiga Globo Ciência) de Julho.
Fala-se de crise política por causa de corrupção nos Correios e do mensalão, mas desde quando corrupção é sinônimo de crise polícia? Sempre houve corrupção no país, mas dessa vez virou crise política porquê a mídia disse (quis) isso! Nessas últimas semanas isso ficou evidente no Jornal Nacional, os apresentadores falam de reforma ministerial como se fosse a atitude mais normal a ser tomada no momento. O presidente Lula colocou quatro ministérios, quaisquer, a disposição do PMDB, o partido pode escolher 4 pessoas para assumir 4 ministérios. Isso não me soa nem um pouco racional, mas o Jornal Nacional fala como se fosse normal. O correto não seria indicar pessoas capazes paras os ministérios aos quais são capazes e apenas para os ministérios que estão com problema?
Não quero falar de política, mas tem algo que eu penso e que estou a tempos querendo escrever aqui e não fiz. Parlamentares, deputados federais e senadores representam o povo, cada um seguindo seus ideais e os ideais do partido ao qual é filiado. O governo de um país é quem toma as decisões, levando em consideração o que o povo (representado pelos políticos citados anteriormente) quer. Isso é o que chamamos de democracia presidencialista (não sei se o termo exato é esse). No entanto, o que acontece é que alguns partidos se declaram "oposição" ao governo! Isso é um absurdo inaceitável, não se pode representar o povo e ser contra o governo, isso é uma anarquia politizada! Se isso for aceitável, como demonstra o Jornal Nacional e o restante da mídia, vamos fazer como nos Estados Unidos, que tem dois partidos principais, um vai ser governo e o outro vai ser anti-governo (ou desgoverno, ou oposição, como queiram). Numa nação democrática com a figura de um presidente, os representantes do povo (deputados, parlamentares, senadores, etc.) devem votar contra ou a favor de determinada medida de acordo com seus ideais em relação a essa proposta. Por exemplo, se o governo decidir aumentar o imposto de renda para quem recebe mais e diminuir para quem recebe menos, partidos de esquerda (que teoricamente defendem os trabalhadores) votariam a favor e partidos de direita (que teoricamente defendem o proletariado) votariam contra, independente do partido no governo ser de esquerda ou direita.
Outro absurdo que vi esses dias: em uma propaganda política, um partido diz que foi o partido que elegeu com o menor número de votos, para que as pessoas se filiem nele. Se o partido passar a ser apenas uma maneira de se eleger, sem ter ideal nenhum, então pra que ter partidos? Além do mais, se o voto para o político de um partido valer mais que o voto para o político de outro partido, o processo democrático de eleição de representantes está muito errado!
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