Nos primeiros meses morando em São Paulo meus pais sempre me ligavam quando chovia, inundava, acontecia greve de metrô, de ônibus ou algum assalto passava no Jornal Nacional… Com o tempo eles foram percebendo que moro num bairro tranquilo e alto e que SP não é tão violento e caótico como parece na TV.
Hoje, no entanto, após quase uma década em São Paulo, fui pego pela enchente e fiquei ilhado.
Fui jantar com minha esposa e uma amiga dela no Tenda Árabe, que fica na esquina das avenidas Luiz Dumond Vilares, Leôncio de Magalhães, Zachi Nachi e Ataliba Leonel, próximo de casa. A esfiha de mussarela é a melhor que já experimentei, já o restante é no máximo razoável.
Cruzamento Luiz Dumond Vilares via Google Maps
No meio do jantar começou a chover forte e quanto terminamos fui ao estacionamento buscar o carro com a ajuda do manobrista, que estava com um guarda chuva desses de praia que não resolvia absolutamente nada: ele estava todo molhado e eu me molhava como se estivesse sob a chuva, por conta do vento.
Ele falou pra eu sair de ré pela entrada do estacionamento (na Av. Ataliba Leonel) pois na saída do estacionamento enchia (na Av. Luiz Dumond Vilares). Foi eu colocar o carro na rua e o trânsito parou. O semáforo para cruzar a Luiz Dumond estava aceso mas nem o ônibus se atrevia a cruzá-la. Tudo parado, vidros embaçando e a água correndo na rua já na altura da guia.
Os carros atrás, na minha frente e ao lado começaram a subir nos canteiros e entrar no estacionamento do qual eu havia acabado de sair. Fiquei parado uns 5 minutos com o pisca-alerta ligado, só olhando pra ver se a água subia acima da guia. Só quando alguns carros começaram a voltar na contra mão que eu consegui manobrar entre os carros e estacionar na calçada em frente ao restaurante.
Voltei ao restaurante esperar a chuva diminuir e vi uma cena inacreditável: no meio do cruzamento da Luiz Dumond Vilares com a Leôncio de Magalhães havia um carro com água até a luz de seta, no meio disso tudo havia um chafariz de esgoto, pela Luiz Dumond Vilares um Pálio preto vinha de ré na contra mão arrastado pela água e alguns carros no estacionamento do restaurante do lado da Luiz Dumond Vilares estavam com água até o meio da roda…
Alagamento no cruzamento da Luiz Dumond Vilares
Quando a chuva deu uma diminuída e os ônibus começaram a cruzar a Luiz Dumond Vilares, nós esperamos mais um pouco e saímos também, já estava começando a ficar forte de novo.
Felizmente deu tudo certo. A gaiola do passarinho estava encharcada, a roupa branca para pendurar na corda ficou suja de respingo do chão e o quintal estava inundado com 10cm de água, pois o ralo entupiu com as folhas das árvores…
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