Tô indo dormir… hoje eu li um e-mail que mandei em setembro do ano passado, faz mais ou menos um ano. Aquele simples e-mail descreve uma fase inteira da minha vida, meus sentimentos, minhas idéias, meu cotidiano e rotina. Eu até publicaria ele aqui se não fosse tão pessoal, tão íntimo. Foi um marco, o clímax de um curto relacionamento que mudou minha vida de tal maneira que me manteve lúcido até hoje. Relendo este e-mail hoje, eu vi como eu mudei naquele ano, o que eu escrevi relata tão bem o meu estado naquele momento, em tão poucas linhas, com tanta informação! Eu já nem me lembrava com tantos detalhes o que aconteceu há um ano atrás, mas no instante em que eu reli o que escrevi consegui relembrar tudo, como se eu tivesse morrido e um pedaço de minha vida passou pela minha cabeça. Eu não sabia que podia escrever tão bem em um momento tão amargo e que fosse tão bom em despeditas. Eu nunca tive muita criatividade pra criar subjects, lembro-me que usava o dia da semana de qual se tratava o que escrevia… mas este último e-mail foi o único em que não usei o dia da semana como subject. O que mais me impressiona é a maneira adulta e aberta em que está escrito este e-mail, eu não me lembrava de ter sido assim. Realmente foi uma epifania na minha vida. Talvez graças a este estado de espírito em que eu estava no dia que o e-mail deixou de representar o fim pra ser o clímax de uma era. Eu nem me lembrava que 14/9 tem um significado muito grande na minha vidinha medíocre.
Eu… monge. Foi muita coincidência eu ter lido este e-mail, minha caixa postal ordenada por data e eu recebo um spam com a data errada, ao apaga-lo, o Eudora me mostra o e-mail com a data posterior, que era o tão famoso e-mail. Talvez um aviso divino de que eu deveria deixar de ser monge novamente. Maior coincidência ainda é a tagline que eu usava nessa época: “Se barba fosse respeito, bode não tinha chifre”. Além de deixar de ser monge, também tenho de fazer a barba.